Anabela Santos Silva
Prólogo
A arte é o espelho secreto da mente: nela derramam-se cores e luzes que traduzem os anseios da alma. É uma viajante errante, tantas vezes perdida em labirintos de sombra, suspensa entre a razão que aprisiona e o sonho que liberta.
Este é o relato de dois pintores que, convocados pelo sopro invisível do universo, ousaram transformar a dor em claridade e o silêncio em voz. Das profundezas do ser ergueram desejos longamente sufocados, convertendo-os em chama viva, onde tristeza e inspiração se confundem como num mesmo gesto de criação.
Pate 1 – Encontro virtual (Entre a realidade e a fantasia)
Por mais que o ego insista, só a alma conhece as respostas. Sonhos e fantasias podem ser fuga, mas também revelam a essência escondida.
Era uma vez uma alma sonhadora que vivia numa vila pacata no interior de Portugal. Chamava-se Cristina Almeida. Era casada com Joel Costa e tinham duas filhas já adultas.
Cristina trabalhava como assistente administrativa na Junta de Freguesia de Santa Maria dos Aflitos. De carácter íntegro e humilde, estava sempre pronta a ajudar quem a procurasse, mas por dentro sentia-se incompleta, presa a uma rotina monótona e sem brilho.
Tinha, porém um dom. Ela pintava lindos quadros em acrílico sempre que a inspiração a visitava, mas não queria expô-los ao público. Só sua família e amigos próximos os viam e ficavam absortos com suas pinturas.
Publicava fotos das pinturas num blog que criou, mas nunca recebera uma crítica como a de Tiago. Quando leu as palavras dele, o coração disparou. Ficou indecisa entre responder ou ignorar, mas não resistiu.
Ao ver a foto da pintura dela, Tiago comentou : “Este quadro é o grito de uma alma que deseja voar, mas permanece presa nas amarras da razão, sufocando o que o coração implora.”
Cristina pensou e percebeu que Tiago, que era o nome que estava no comentário, conseguiu ler nos traços dos seus desenhos, nas cores, o sentimento que se escondia naquela demonstração de mulher perdida no mar.
Ela respondeu ao comentário e disse, “obrigada”, mas também começou a ver o perfil dele e escreveu-lhe uma mensagem:
“Olá bom dia! Obrigada pelo comentário da minha pintura. Não é fácil encontrar alguém que consiga perceber a minha forma de pintar, aquilo que transmito naquelas linhas do pincel…” Tiago não respondeu naquele minuto e ela pensou que não devia tê-lo contactado no privado.
Horas mais tarde viu uma mensagem. Era Tiago a responder:
“Eu sei o que é uma alma em sofrimento, e consigo perceber tanto lamento e ao mesmo tempo um desejo de fugir daquilo que a aprisiona.”
A conversa foi-se mantendo durante vários dias, mensagens sobre as obras dela e ela também comentava as dele, porque Tiago era pintor e também só refletia aquilo que sentia.
Um dia, Tiago disse-lhe que a sua alma lhe parecia familiar, como se já se tivessem encontrado noutra vida.
Cristina suspirou. Desde então, passou a sonhar acordada com ele, desejando compreender o porquê daquela ligação. Já entregara a alma a outros em confidências passadas, mas sempre regressava à mesma bolha de onde nunca conseguira sair.
Dias depois, numa conversa no privado do seu blog, Tiago confessou-lhe:
— Cristina, vejo em ti uma mulher repleta de desejo e amor, mas sufocada pela realidade. És bela, por fora e por dentro, mas falta-te luz, estás apagada.
As palavras deixaram-na absorta. Hesitou, depois murmurou:
— Talvez tenhas razão. Sou uma sonhadora incurável, mas vivo presa aos valores que me foram incutidos desde sempre. O que a minha mente cria, guardo em silêncio, ou derramo nas telas.
Tiago recuou, apreensivo:
— Perdoa-me, não quis ofender. Apenas disse o que li na tua conversa e nas tuas pinturas. Eu também tenho a minha realidade. Minha mulher, Rita e os meus filhos. Só quis dizer que a tua arte me encantou.
Cristina esboçou um leve sorriso:
— Não faz mal. Se o universo te trouxe ao meu caminho, é porque preciso aprender algo contigo… e, assim continuar a minha evolução.
A conversa acabou aqui, mas a fantástica mente de Cristina não parava e desejava ser uma personagem de uma história colorida com Tiago.
Logo começou a fazer rabiscos no seu caderno. Ela desenhava duas personagens num encontro edílico:
“Numa praia isolada, passeava com um vestido de seda branco que o vento fazia esvoaçar.
De repente viu alguém a caminhar na praia e vinha ao seu encontro. Em passos constantes e leves chegou perto dela uma figura masculina, que a abordou:
– Desculpe incomodar mas estou a passar férias naquela casa amarela no alto da colina, não conheço cá ninguém e estou a organizar um encontro de cultural, a nível de leitura de livros clássicos portugueses, e não sei onde me dirigir para fazer os convites.
Cristina, meio estremunhada diante daquela figura de porte altivo e olhar luminoso, respondeu:
– Posso levá-lo à associação da ilha.
E assim rumaram os dois até à associação de Bem Estar Cultural da ilha Dourada.
Os dois passeando na areia da praia, mesmo junto à rebentação das ondas começaram a conversar como se já se conhecessem há algum tempo:
– Já agora sou o Tiago e a menina como se chama?
– Sou a Cristina. Muito obrigado pelo menina. Respondeu Cristina a rir.
-Vive aqui há muito tempo? Perguntou Tiago
– Não. Eu não vivo cá estou aqui a passar um período de férias e a pintar meus quadros. Respondeu Cristina
– Então é pintora? Eu também pinto quadros a óleo. Já tenho exposto em muitos locais de Portugal e estrangeiro. Retorquiu Tiago e Cristina meio desanimada responde:
-Eu não. Estão todos guardados ainda.
Logo chegaram à associação e a conversa terminou. Quando foi para casa começou a suspirar e a desejar estar com Tiago e Tiago também na sua casa amarela pensava nela-
Eles trocaram os números de telemóvel e ele ousou a enviar-lhe mensagem e ela respondeu.
Como as noites eram grandes convidou-a para ir beber café e falarem um pouco e assim sucedeu.
Conversaram até a noite cair, como se o tempo tivesse esquecido de correr. As palavras iam e vinham, leves, mas os olhares tornavam-se cada vez mais densos, prenúncio de algo que nenhum deles ousava nomear.
Quando se despediam, Tiago puxou-a de súbito. Os lábios encontraram-se num beijo hesitante que logo se fez certeza. Cristina estremeceu, mas não resistiu. Era como se esperasse aquele gesto desde sempre.
Seguiram-se outros beijos, mais profundos, mais urgentes, até que o abraço os envolveu por inteiro. Os corpos fundiram-se num ímpeto inevitável, e o desejo, guardado nas entrelinhas de tantas conversas, finalmente ganhou voz.
Ali, entre carícias e murmúrios, despiram-se de medos e de tempo. Não havia certo ou errado, apenas a vertigem de serem dois e ao mesmo tempo um. Amaram-se como quem reencontra um destino antigo, como se já se tivessem pertencido noutra vida.
Depois, no silêncio, ficaram deitados, pele contra pele, a escutar a respiração que se misturava. Nada mais importava. Só o eco suave do que tinham ousado viver.”
E assim Cristina termina a sua história em banda desenhada e quando olhou para aquelas folhas, para seus desenhos ficou abismada como tinha conseguido fazer algo tão intenso.
De volta à realidade Cristina aprisionou seus sonhos e desejos num cantinho da sua mente e deixou a razão vencer.
Bloqueou Tiago, determinada a não voltar a falar com ele nem a alimentar ilusões. Sabia, no fundo, que tudo o que ardia dentro dela pertencia apenas ao território da arte e nunca poderia invadir a sua vida real.
O universo, caprichoso, escolheu aquele instante para virar-lhe o destino do avesso.
Cristina saiu para o trabalho e encontrou Tiago diante da Junta, em conversa com o Presidente. O coração acelerou-lhe, mas disfarçou num “bom dia” apressado e refugiou-se na sua secretária. Ele sorriu-lhe, e nesse sorriso ela sentiu-se exposta, como se todos os segredos lhe fossem arrancados de dentro. Quis apagar tudo com uma borracha invisível, mas o destino já tinha escrito a próxima cena.
No corredor, um tropeço bastou. O chão ergueu-se como muralha e ela tombou sem defesa. Gritos ecoaram, mãos estendidas, o Presidente chamou socorro. Cristina não reagia, era como se o corpo se tivesse desligado da alma.
No hospital, os médicos trouxeram alívio: traumatismo craniano, sem maior gravidade. Ainda assim, a imagem dela deitada, pálida, assombrou o coração da família. Quando Joel e as filhas chegaram, encontraram-na desperta, mas frágil, com o olhar perdido entre a dor e a esperança.
As filhas atiraram-se para os seus braços, lágrimas quentes a caírem-lhe no rosto.
— Mãe, estás bem? — soluçavam, presas ao seu peito como se o abraço pudesse segurá-la à vida.
Joel aproximou-se devagar, o olhar turvo de medo. A sua voz saiu entrecortada:
— Cristina… meu amor… pensei que te perdia.
Ela ergueu a mão trémula, apertando a dele com a pouca força que tinha. Um sorriso breve, quase impercetível, desenhou-se-lhe nos lábios.
— Ainda não. Ainda estou aqui. Não vos deixo.
O silêncio que se seguiu foi mais eloquente do que qualquer palavra. Joel beijou-lhe a testa com ternura, as filhas soluçavam, e naquele instante todos compreenderam a fragilidade da vida. Basta apenas um sopro para virar tudo do avesso.
Nos dias que seguiram, entre repouso e silêncio, Cristina deixou-se atravessar por um despertar suave. Cada gesto simples, o toque da família, a luz da manhã, o cheiro das flores na janela…parecia conter um sentido novo. Da queda nascera um chamado: a vida era demasiado preciosa para ser adiada.
Após a recuperação, Cristina mergulhou no caminho espiritual: Iniciou terapias de reiki, de constelações familiares, buscando compreender a sua vida e refletindo essa evolução nas suas pinturas.
A sua transformação refletia-se em gestos simples, como no olhar dado à família, no cuidado com o trabalho, na delicadeza das suas telas. Mas a arte permanecia escondida, como um segredo guardado. Perguntava-se se devia revelá-la ao mundo: seria chamado da alma ou apenas vaidade do ego?
Parte 2 – Ego/ Alma – concretização de um sonho
Nada acontece por acaso. Tudo no universo tem um propósito.
Passado algum tempo um sentimento estranho apoderou-se de Cristina e ela deixou que a negatividade voltasse a consumi-la. Só porque tinha recebido criticas negativas do seu novo chefe, relativamente a um trabalho.
O dia amanheceu e Cristina deixou-se engolir pela sombra. As palavras ásperas do chefe ecoavam-lhe na mente como lâminas, e com elas a alma encolhia. As noites tornaram-se insónias; os dias, um peso arrastado. No trabalho, oferecia sorrisos de papel, enquanto lágrimas furtivas lhe riscavam a face diante do brilho frio do ecrã. E ninguém, absolutamente ninguém, a olhava “com olhos de ver”.
As telas emudeceram, o pincel adormeceu no canto do estúdio. Em casa, a vida seguia a sua marcha: filhas distantes, marido imerso na azáfama, e ela, naufraga, presa ao sofá, embalada por romances que se desenrolavam na tela da televisão e que não lhe pertenciam. Até o mundo digital lhe parecia uma praça vazia: entre vozes ocas e galanteios sem alma, bloqueava rostos sem rosto, desligava o ecrã e recolhia-se ao exílio da própria fantasia.
Sentou-se diante das tarefas, mas as letras e números diante dela pareciam grãos de areia a escorregar entre os dedos. A melodia do piano, no Youtube, em vez de a elevar, cavava ainda mais fundo o silêncio dentro dela. O mundo perdia contorno; tudo era nevoeiro. O corpo pedia repouso, os olhos ansiavam fechar-se, mas a rotina impunha vigília. As colegas entravam, lançavam cumprimentos apressados, e ela respondia com um sorriso pálido, tão frágil que parecia prestes a desfazer-se no ar.
Qual a história que estava a abarcar o ser desta artista plástica? Qual o sonho que se apoderava dela?
Desligava o mundo e refugiava-se na fantasia, onde tudo era leveza e harmonia. Via-se a correr por um campo de flores, livre como o vento. Um homem de branco, rosto luminoso, surgia para dançar com ela, e juntos flutuavam num êxtase silencioso, como se fossem um só ser. Era apenas sonho, mas tão vívido que a levou a pegar no pincel e eternizar na tela aquilo que só a sua alma compreendia.
— Mãe… este quadro é diferente. É como se tivesse luz própria. Disse a filha, com os olhos a brilhar.
Cristina sorriu, tímida:
— Achas mesmo? Eu não sei… talvez não esteja pronta para o mundo me ver.
— Não digas isso. O mundo precisa de sentir o que tu pintas. Eu trato de tudo, prometo.
Cristina baixou os olhos, emocionada. No fundo, sabia que a filha tinha razão.
Uma semana depois, as portas da galeria abriram-se como se desvendassem um segredo. No dia da inauguração, Cristina tremia, com uma mistura de medo e esperança, mas o marido seguia firme ao seu lado.
Marília recebeu-a num abraço luminoso, contando que muitos se detinham diante das suas telas, sobretudo da última.
Entre os visitantes surgiu um casal próximo da galerista. Conduzidos até às pinturas, ouviram fragmentos da história de Cristina, espelhada em cada cor. Quando os olhos de Tiago encontraram O Meu Éden, o último trabalho de Cristina, o tempo pareceu suspender-se.
Pintor de renome, chegara apenas por cortesia. Mas diante daquela obra sentiu a estranha vertigem de quem reconhece algo da própria alma.
O burburinho da galeria confundia-se em vozes e passos, mas Cristina só ouvia o próprio coração. Entre telas e rostos, reconheceu, sem querer, um homem familiar. Nesse instante, Marília surgiu com um casal ao lado, conduzindo-a ao inevitável.
— Cristina, quero apresentar-te o Tiago e a Rita, amigos de longa data da minha família. O Tiago é pintor e já expôs várias vezes aqui na galeria.
Cristina sorriu, cumprimentando-os. Por dentro, sentiu um arrepio estranho, como se aquela face lhe fosse familiar de um sonho esquecido. Tiago, ao apertar-lhe a mão, baixou o olhar, sentiu que a reconhecia demasiado bem.
Marília afastou-se com Rita, deixando-os frente ao quadro. O silêncio pesou. Tiago foi o primeiro a quebrá-lo, num sussurro quase incrédulo:
— Não te lembras de mim?
Cristina hesitou, os olhos vagando pelo quadro para fugir ao dele:
— Sinto que sim… mas não sei de onde.
Ele riu-se, mas com uma sombra no olhar:
— Então esqueceste as histórias?
— Histórias? — repetiu ela, confusa.
— As que escrevíamos juntos, no teu blog. Eram só palavras… mas para mim sempre foram mais do que isso.
Cristina estremeceu. Uma névoa de memórias malformadas rondava-lhe a mente, como ecos de uma vida que não conseguia alcançar.
Cristina tropeçou nas palavras, o pensamento emaranhado como fios soltos.
— Não sei… — murmurou, evitando o olhar dele — não me lembro com clareza, só sinto… afinidade.
Tiago sorriu, mas havia um cansaço no gesto.
— Não te preocupes. Não precisava de ser real para nos tocar. Fomos amigos. Escrevemos coisas juntos, lembraste? Eram pequenas fantasias que acabavam nos teus quadros.
Ela deixou escapar um sorriso vazio.
— Houve uma queda, há dois meses. Disseram-me que perdi pedaços de memória.
Tiago permaneceu absorto, as palavras de Cristina ecoando como feridas mal cicatrizadas.
— Talvez tenha sido melhor assim – murmurou, a voz rouca. Lembro-me da última vez em que falámos: estavas exausta, querias apenas dormir… apagar tudo. E nunca disseste o porquê.
O silêncio entre eles era denso, como se o passado tivesse regressado para cobrar respostas. Mas antes que Cristina encontrasse uma palavra, Rita reapareceu. O instante desfez-se, e ela afastou-se com passos contidos, deixando Tiago sozinho diante de O Meu Éden.
Ficou ali, prisioneiro da tela, reconhecendo naquelas cores a mesma visão que pintara dias antes. Era como se partilhassem um segredo que o destino permitiu apenas roçar, mas jamais possuir.
O Universo aproximara-os apenas para logo separá-los, como duas marés que se tocam e se desfazem em espuma.
Mas dessa colisão breve nasceu em Cristina algo maior: a certeza de que o seu sonho tinha, enfim, corpo e voz. Abrir a gaveta dos quadros não era vaidade, mas libertação. Nas cores expostas, oferecia a sua alma e descobria que, ao fazê-lo, podia tocar também as almas dos outros.
Epílogo
Na insipidez dos dias modernos, onde a rotina corrói a alma e as horas se repetem como um relógio sem poesia, Cristina descobriu que o real e o imaginário não são inimigos, mas caminhos que se cruzam. Ainda tropeçava em sombras. O desânimo, a solidão, o vazio dos dias iguais, mas já não sucumbia. A força vinha-lhe das filhas, da família, dos pequenos gestos que, outrora invisíveis, agora brilhavam como constelações secretas.
As terapias foram-lhe abrindo portas para além do visível. No Reiki, aprendeu a escutar o corpo; nas constelações, a compreender as raízes que a prendiam. E nos livros, sempre, a eterna busca pelo sentido do espírito. Assim, pouco a pouco, encontrou um frágil equilíbrio entre a realidade que a puxava para o chão e a fantasia que a fazia respirar.
O sonho tantas vezes adiado cumpriu-se no gesto simples de abrir a gaveta e libertar seus quadros. Neles se revelava a eterna dualidade que a acompanhava em silêncio: razão e ilusão, luz e sombra, silêncio e grito. Ao partilhar a sua arte, descobriu que, o que julgava ser apenas um espelho de si mesma era, afinal, também o reflexo dos outros.
E compreendeu, enfim, que sua missão não era esconder a dor nem sufocar o desejo, mas transformar ambos em cor. Expandir amor através da pintura, mesmo que misturado a lágrimas. Porque só assim a sua alma tocaria outras almas e permaneceria viva, mesmo quando o tempo quisesse levá-la para o esquecimento.
Anabela Santos Silva
Biografia
Meu nome é Anabela Santos Silva, nasci em Salir, em 1976, e desde 2003 vivo em Alcoutim com a minha família. Tornei-me mãe em 2005, e essa experiência transformou a forma como olho o mundo e como sinto a necessidade de escrever. A poesia e a prosa sempre foram o meu refúgio, o lugar onde o meu lado sonhador e inquieto encontra liberdade. Escrevo desde os anos 2000, mas durante muito tempo mantive os meus textos guardados em gavetas, sem coragem de os partilhar.
Sou licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Português/Francês), mas nunca exerci como professora. A minha vida profissional seguiu o caminho administrativo: comecei na Associação Alcance, depois na Associação ATAS, e desde 2008 trabalho na Santa Casa da Misericórdia de Alcoutim. É neste equilíbrio entre rotina e sonho que a minha escrita encontra vida.

